English version
Português
04-Abr-2004 -- Saímos de Luanda em 4 viaturas 4 X 4, dia 3 de Abril de 2004, por volta das 8 horas da manhã, tomando como rumo o Sul de Angola, pela estrada nacional ao longo da costa Angolana. Percorridos cerca de 530 kms chegámos à Caotinha por volta das 19 horas onde passámos a primeira noite.
Muito cedo começámos a levantar o acampamento e eu e o Paul, preparámos o nosso equipamento de mergulho e fizemo-nos às águas límpidas e profundas da Caotinha. A água estava muito fria (corrente fria de Benguela) e também a corrente bastante forte, mesmo assim, tivemos oportunidade de contemplar o fundo marinho e a rica fauna e flora do local.
Por volta das 10.00 AM encontrávamo-nos rodando para Sul em direcção ao Dombe Grande (na época colonial foi uma das maiores e mais importantes áreas de cultivo de açúcar, no sul de Angola), apenas a cerca de 50 kms da Caotinha. Após passar Dombe Grande, virámos à direita e percorremos cerca de 14 kms por uma estrada sinuosa, entre vales e montanhas semidesérticas, em direcção ao Cuio (antigo porto de exportação de açúcar, transportado a partir do Dombe Grande em pequenos vagões, através de uma linha-férrea que desapareceu nas últimas décadas de conflito).
No Cuio, certificámo-nos dos acessos ao ponto de confluência e como havia uma cerca de arame pedimos autorização para a transpor. Dada a luz verde, avançámos cuidadosamente com os nossos carros ao longo da estrada até nos aproximarmos do local pretendido. Estacionámos os carros e organizámos o grupo, composto por quatro adultos e 6 crianças. Seguimos a pé durante cerca de 35 minutos, sob um calor intenso, atravessando um morro e dois rios secos, sempre atentos aos nossos GPS e bússola. Chegámos ao ponto de confluência Lat 13 Lon 13 ás 14 horas e 1 minuto do dia 4 de Abril de 2004.
Foi com grande emoção e satisfação que todos nós atingimos este lugar. Por um lado por termos sido os pioneiros em Angola a participar num evento do género e por outro, por sentirmos que após cerca de 40 anos de conflito armado, já é possível em Angola com a Paz que se vive, atingir outros pontos de confluência.
English version
04-Apr-2004 -- We left Luanda in 4 4x4 vehicles, on April 3rd, 2004, at 8:00 am, traveling to the south of Angola, on the national highway along the Angolan coast. After some 530 km we arrived at Caotinha at 7:00 pm where we spend the first night.
We started to take down our camp, Paul and I took our diving gear and jumped into the clear and deep waters of Caotinha. The water was very cold (cold stream of Benguela) and also with strong undercurrents, despite this we had a chance to see the rich fauna and flora of the place.
By 10:00 am we where driving south towards Dombe Grande (during colonial times was one of the largest and more important areas of sugar fields, in the south of Angola), at about 50 km from Caotinha. Passing Dombe Grande, we turned right and took a winding road for 14 km, between semi desert hills and valleys, in direction to Cuio (old port to export the sugar from Dombe Grande; it was carried in small wagons through a railway that has disappeared in the last decades due to conflicts in the region).
Once in Cuio, we verified the access to the confluence point and as it had a wired fence we asked for authorization to enter. Given the green light, we advanced carefully with our cars along the road as we approached the intended place. We parked the cars and organized the group, made up of four adults and six children. We followed on foot for about 35 minutes, under an intense heat, crossing a mound and two dry riverbeds, always attentive to our GPS and compass. We arrived at the confluence point 13S 13E at 2:01pm on April 4th, 2004.
It was with great emotion and satisfaction that we all reached this place. On one hand for being pioneers in Angola to participate in an event of this kind and on the other hand for being able, after almost 40 years of armed conflict in Angola, to reach other points of confluence in Peace.