#2: [21-Jan-13]

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17-Jul-2006 -- Decidimos visitar a confluência 16°S 42°W um dia após o término de nossa viagem de bicicleta por 500km no Norte de Minas. Preparamos esta viagem desde 2004, traçando o percurso com mapas e no Google Earth, mas apenas três meses antes de colocar o pedal na estrada descobrimos que nosso destino final ficava a 30km em linha reta de uma confluência ainda não visitada. De imediato incluímos este objetivo como etapa final da nossa aventura.

Pedalamos 7 dias seguidos, um desafio para o corpo e a vontade, recompensado por paisagens belíssimas e intensa convivência humana por onde passamos (Juramento, Itacambira, Botumirim, Cristália, Grão Mogol, Riacho dos Machados, Porteirinha, Rio Pardo de Minas). Em Riacho dos Machados passamos a 5km de outra confluência, 16°S 43°W, mas não tivemos tempo suficiente para visitá-la. Chegamos na cidade de Taiobeiras, nosso destino final, em 16 de julho de 2006, domingo.

Tínhamos programado continuar de bicicleta até a confluência, mas desistimos deste plano para podermos passar mais tempo com nossos avós paternos, Isalino e Elvira, ambos vivos e com mais de 90 anos. Então, na segunda-feira de manhã, pegamos emprestado o carro de nosso pai, Avay Miranda, e saímos em busca da confluência. Primeiramente, tentamos seguir a carta topográfica do IBGE, que mostra uma estrada praticamente reta até o ponto. Mas é uma estrada de terra muito ruim. Passamos por Ferreirópolis e conseguimos chegar até o povoado de Montes Clarinhos. Moradores do local nos disseram que, a partir dali, a estrada piorava bastante e não tínhamos condições de seguir por automóvel. Desistimos de nos orientar pelo mapa...

Confiando apenas no GPS Etrex, voltamos para o asfalto. Nesta hora, não tínhamos certeza se chegaríamos à confluência... O Ely lembrou-se que o Google Earth mostra uma estrada larga e bem definida passando perto do ponto. No dia anterior, olhando o mapa do IBGE, nossos parentes da região disseram que a confluência ficava na região da BR 251. Fomos até Salinas e dali seguimos pela BR 251 rumo à BR 116 (Rio-Bahia), sempre de olho no GPS. Estávamos na BR 251 quando cruzamos o meridiano 42°W. Paramos o carro e descemos para verificar. A confluência estava a 400 metros da rodovia!!! O local é acidentado e com vegetação muito fechada. Numa primeira tentativa, não conseguimos caminhar pelo mato. Pensamos em desistir, pois já passava do meio dia e estávamos a mais de 80km de Taiobeiras.... para onde tínhamos de voltar para o almoço com a família!

Andando pelo acostamento da BR 251, avistamos o telhado de uma pequena casa escondida na vegetação. Pelos nossos cálculos, a casinha estava bem perto da confluência. "Se há uma casinha, tem como chegar lá", foi nossa conclusão. Tínhamos visto uma entrada à direita do asfalto, mais à frente. Aquela entrada poderia nos levar à casinha?? Ela dava apenas num caminho aparentemente abandonado, e o acesso estava fechado por um colchete de arame farpado. Passamos por baixo da cerca e seguimos a pé pelo caminho, que foi ficando estreito e acabou virando uma trilha de gado. Não víamos a tal casinha, apenas o GPS nos guiava no meio do cerrado. Após andarmos mais de 1 km por trilhas, conseguimos chegar na casinha. A princípio, ficamos receosos, poderia haver um cachorro ou assustarmos o morador, mas descobrimos que era uma casa abandonada. Estávamos a 200 metros da confluência. A sorte estava do nosso lado!!

Continuamos nos orientando pelo GPS, por trilhas de gado, até chegarmos à confluência 16°S 42°W. Conseguimos!! Ficamos tempo suficiente para encontrar o ponto exato no GPS e tirarmos foto. Logo começamos a ser atacados por muitos carrapatos e decidimos ir embora o mais rápido possível. O ponto fica em cima de uma trilha, muito próximo a uma cerca. Ou seja, alguém já tinha passado por ali antes, mas nós fomos os primeiros a registrar com GPS e fotos! O Ely improvisou um tripé no galho de uma árvore e tiramos a foto que encerrou nossa aventura de viajar 500 km de bicicleta e visitar a confluência 16°S 42°W. Sucesso! No carro, voltando para Taiobeiras, combinamos outra viagem de bicicleta para encontrar as confluências ainda não visitadas no Norte de Minas.

English

17-Jul-2006 -- We decided to visit the confluence 16°S 42°W the day after we finished our 500km (310 miles) bicycle trip in North of Minas Gerais state, Brazil. We've been preparing this trip since 2004, tracing the route with maps and Google Earth. Three months before beginning our travel we discovered that our final destination was only 30km straight far from a confluence not yet visited. Immediately we included this target as final stage of our adventure.

We traveled for 7 days, a challenge for our bodies and will, but very rewarding because we saw gorgeous landscapes and met interesting people along the way (cities: Juramento, Itacambira, Botumirim, Cristália, Grão Mogol, Riacho dos Machados, Porteirinha, Rio Pardo de Minas). Riacho dos Machados is only 5km far from another confluence, 16°S 43°W, but we hadn't enough time to visit it. We arrived in Taiobeiras city, our final destination, in a Sunday, July 16, 2006.

We had planned to go on cycling till the confluence, but we changed our minds, in fact, we wanted to spend more time with our grandparents, Isalino and Elvira, both more than 90 years old today. Then, Monday morning we borrowed our father's car, and got off to the confluence. First, we tried to follow IBGE's topographical map, which shows a road straight to the point. But it's a bad terrain road. We passed through Ferreirópolis and arrived in Montes Clarinhos, a very small village. Inhabitants there told us that the road got worse ahead and we couldn't continue by car. Terrible mistake! We gave up that road, gave up following the map too and came back to the main road. At that moment, we were not sure whether we would arrive at the confluence or not…

Ely Rene remembered that Google Earth shows a well defined wide road passing close to the point. In previous day, looking at IBGE's map, our relatives said that the confluence was near the BR 251 motorway. We drove to Salinas and from there we followed BR 251 route to BR 116 (Rio-Bahia), always keeping an eye on the GPS. Suddenly we crossed the 42ºW meridian. We stopped the car to check out. The confluence was 400 meters beside the motorway! The place is rough and has thick vegetation. We tried to open a passage through trees, bushes and a barbed wire fence, but it was impossible. We did think about giving up, so it was almost midday and we were more than 80km far away from Taiobeiras to where we had to come back for having lunch with our family!

Walking along BR 251 roadside, we spotted a small house roof which was almost hidden behind the vegetation. We reckoned the house was close to the confluence and concluded: “If that house is over there, it must have a way to go there”. We saw a side road entrance to the right 500m ahead. Could it take us to the small house? It's a road in very bad condition, and the access was closed with a "colchete" [kind of farm gate made with barbed wire]. We crossed under the fence and started to walk the way, which became narrow and turned into a cattle track. We weren't seeing the small house, only the GPS pointer guided us through the "cerrado" [typical vegetation].

After walking around more than 1 km, we got near the little house. We were afraid of annoying the owner or could have a dog, but we discovered that it was an abandoned house. In fact, it was a hut and we were only 200 meters of the confluence… we're in luck! Walking towards the GPS pointer, we finally found the Confluence 16°S 42°W. Great! We stayed time enough to find the accurate point in GPS and take some photos. Soon we were being attacked by lots of ticks and decided to go away as fast as possible. Confluence 16°S 42°W is on a track, close to a barbed wire fence and a hillside. That is, the land owner or workers had already passed the point before, but we were the first ones to register it with GPS and photos! Our brother Ely improvised a tripod using a branch and took the photo to record the end of our bicycle trip and Confluence visit. Success! Going back to Taiobeiras, we talked about another bicycle adventure to find confluences not yet visited in North of Minas.